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“Nova ligação do chefe do Estado-Maior, dessa vez para o número 27-4759, ao lado do qual dormia o banqueiro José Luiz de Magalhães Lins, sobrinho do governador de Minas Gerais e principal executivo de seu banco, o Nacional.[93] Banqueiro de cineastas brilhantes sem crédito e de jornalistas de crédito com pouco saldo, Zé Luiz era um homem sem sombra que nas últimas semanas vagara pelas guaritas da conspiração. Castello pediu-lhe que falasse com o tio para verificar se ainda era possível retardar Mourão. Menos de uma hora depois ele já estava na casa do general, dizendo-lhes que Magalhães já não via como recuar.(94) Por volta das dez horas Castello deixou Ipanema e foi para o trabalho, no sexto andar do Ministério da Guerra….”….
[93] José Luiz de Magalhães Lins, agosto de 1988
[94] Pedro Gomes, “Minas – Do Diálogo ao “front”’, em Alberto Dines e outros, Os Idos de Março e a queda em abril”, p. 106, e José Luiz de Magalhães Lins, agosto de 1988….”
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“Através do seu chefe-de-gabinete, coronel Newton Leitão, que se tornou a face visível do Serviço na noite carioca e nos mais elegantes restaurantes do centro, ligou a tomada do SNI ao banqueiro José Luiz de Magalhães Lins, o bem informado e misantrópico diretor executivo do Banco Nacional de Minas Gerais. Leitão circulava com ternos bem cortados e uma pistola Walther PPK na cintura. Funcionava como o ouvido ambulante de Golbery. Essa imagem era literal, pois o coronel gravava o que se dizia em sua sala ou em seu telefone. Em maio de 1965, Heitor Ferreira anotou em seu diário: “Geisel leu os telefonemas de Leitão com José Luiz”.[37]
[37] Diário de Heitor Ferreira, 8 de maio de 1965