José Luiz de Magalhães Lins

Curiosidades

Blog 50 Anos de Filmes – Sérgio Vaz

Assalto ao Trem Pagador

Julho de 2013

Um banqueiro topou o desafio de financiar o filme

Roberto Farias conta que, roteiro pronto, o expuseram ao olhar experiente de Alinor Azevêdo – e o cara fez mexidas.

Não sei que mexidas Alinor Azevêdo pode ter dado, mas o fato é que o roteiro de Assalto é um dos melhores que já vi em filmes brasileiros.

Nos créditos iniciais, aparece assim: “Argumento Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto. Colaboração de Alinor Azevêdo. Roteiro Roberto Farias.”

Em um ponto os relatos feitos agora por Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto se encaixam perfeitamente: foi decisiva, para que o filme fosse enfim realizado, a participação do banqueiro José Luís de Magalhães Lins, um dos donos do então Banco Nacional de Minas Gerais. Roberto e Barreto foram procurar o banqueiro, contaram do projeto; Roberto levava uma proposta, em que expunha as idéias para o filme e fazia uma previsão de custos. O banqueiro ouviu, pegou o texto da proposta, disse que iria examinar, e pediu o roteiro – queria mostrá-lo ao seu amigo e conterrâneo Otto Lara Resende.

Otto Lara Resende deve ter gostado do que leu, porque Magalhães topou emprestar dinheiro a Roberto Farias. Com uma condição: queria que Herbert Richers fosse um dos produtores. Roberto conta que aceitou na hora: conhecia o produtor, tinha bom relacionamento com ele. Metade do dinheiro foi emprestado a Herbert Richers, sendo Roberto seu fiador, e a outra metade foi para o diretor, com aval do produtor.

Eram de fato outros tempos, aqueles.

A partir daí, o Banco Nacional de Minas Gerais passaria a financiar diversos filmes do cinema novo que surgia.