Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

“O banqueiro José Luís de Magalhães Lins salvou ontem Garrincha de ser prêso e levado para a Penitenciária Lemos Brito, pelo não cumprimento da decisão judicial que o obrigava ao pagamento de uma pensão alimentícia à sua esposa Dona Nair e oito filhos, no valor de 220 cruzeiros novos: depositou na 6ª Vara da Família um cheque de NCr$ 2600,00 em nome da espôsa do craque, livrando-o de cumprir três meses de reclusão. O campeão de duas Copas do Mundo comentara amargamente: “Prêso é que não poderia mesmo pagar, pois “o time da Penitenciária não paga ‘bichos’”

Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

Publicação no Caderno Eu & Fim de Semana do Jornal Valor

Jornal Valor – Caderno Eu & Fim de semana – 25 de maio de 2018

“… O que o livro não diz é que, dias antes da publicação, Nascimento Brito avisou seu banqueiro José Luiz de Magalhães Lins, cujo nome estava nos documentos, e disse que ele ficaria de fora nas reportagens, como realmente ficou. Mas Magalhães Lins alertou o consulado dos EUA que o “JB” tinha documentos comprometedores para ele, empresários e políticos e pediu que fosse impedida a divulgação “ao menos dos documentos mais sensíveis”.

Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

Publicação no Caderno ILUSTRADA do Jornal Folha de São Paulo

25 de agosto de 2018

“Muito se escreveu a respeito de Otavio, de diferentes aspectos da sua personalidade. Mas vale relembrar a sua curiosidade…”

“Noutra ocasião, ouviu falar de José Luiz de Magalhães Lins, o mítico e misterioso banqueiro que seu pai admirava. No dia seguinte, ligou para ele. Dois dias depois, pegou o avião e foi ao Rio. Só para conhece-lo.”

Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

Correio da Manhã – 2º Caderno, Edição de 06/06/1966

Sobre a recusa de José Luiz de Magalhães Lins para chefiar a delegação de futebol do brasil na copa do mundo da Inglaterra

Pág. 21

JOSÉ LUIZ NÃO ACEITA A CHEFIA

Sob a alegação de que “a missão exige, a meu ver, um nome perfeitamente identificado com o mundo do esporte” e de que “as providências que seria fatalmente levado a propor poderiam agravar dificuldades que estão na origem da crise”, o sr. José Luiz de Magalhães Lins, em carta endereçada ao sr. João Havelange, comunica que não poderá aceitar a chefia da delegação brasileira que irá disputar a Copa do Mundo, em Londres.

Na sua carta, o sr. José Luiz de Magalhães Lins sugere, ainda a indicação do próprio sr. João Havelange para o cargo, considerando-o como homem que “reúne autoridade, prestígio e confiança indispensáveis à solução natural do impasse”. Conclui o sr. José Luiz de Magalhães Lins informando que a sua decisão tem caráter irrevogável.

SURPRÊSA

Desde anteontem, sabia-se que o sr. José Luiz de Magalhães Lins estava indeciso com relação à aceitação do convite que lhe fora formulado pelo sr. João Havelange, muito embora o tivesse recebido com satisfação e estivesse disposto, a princípio, a aceita-lo.

Diante dos comentários injuriosos, surgidos principalmente na imprensa paulista, segundo os quais a sua escolha envolvia interesses financeiros da CBD e por outras razões, alegadas em sua carta, o sr. José Luiz resolveu, ontem, desistir da chefia, apresentando como solução para a crise o nome do próprio Havelange para a chefia.

A CARTA

“Rio de Janeiro, 5 de março de 1966.

Prezado Amigo

João Havelange:

Profundamente sensibilizado com o seu convite para chefiar a delegação do Brasil no Campeonato Mundial de Futebol, venho agradecer-lhe o gesto que tanto me distinguiu.

Estou certo de que a generosa lembrança do meu nome ocorreu-lhe depois que se frustraram os esforços, de que também participei, para manter na chefia da delegação o dr. Paulo Machado de Carvalho.  Como sabe o prezado Amigo, atendendo apelos de esportistas ilustres, vinha desinteressadamente há dias me empenhando na busca de uma solução conciliatória capaz de restabelecer o clima de harmonia que permitiu ao futebol brasileiro a conquista do glorioso título de bicampeão mundial.

Não foi outra a razão por que solicitei ao prestigiado industrial paulista dr. Octavio Frias, meu ilustre amigo, que dirigisse mais um apelo de paz ao dr. Paulo Machado de Carvalho.  Êste, porém, lamentavelmente preferiu reafirmar a sua renúncia, em caráter definitivo, por meio de carta do próprio punho endereçada ao presidente em exercício da CDB, sr. Sílvio Pacheco.

Depois de proceder a criterioso exame da situação e tendo refletido maduramente, convenci-me de que não sou a pessoa mais indicada para assumir nesta hora a chefia da delegação brasileira.  A missão exige, a meu ver, um nome perfeitamente identificado com o mundo do esporte.  Além do mais, as providências que seria fatalmente levado a propor poderiam agravar dificuldades que estão na origem da crise.  Eis por que tomo a liberdade de sugerir o seu próprio nome que, como presidente da CDB, reúne autoridade, prestígio e confiança indispensáveis à solução natural do impasse.

Afirmando o caráter irrevogável desta minha decisão, reitero os meus agradecimentos e, na oportunidade, formulo os mais sinceros votos para que o Brasil traga de Londres, definitivamente, a Taça Jules Rimet.

Cordialmente,

José Luiz de Magalhães Lins.”

Publicação na coluna do acervo digital do Jornal O Globo

Livro “A China De Deng Xiaoping”, de Michael E. Marti

Tradução de Antonio Sepulveda

José Luiz de Magalhães Lins é citado por Francisco Soares Brandão, sócio-fundador da FSB Comunicação, editora do livro no Brasil, na apresentação do mesmo.

 

 O NEGÓCIO DA CHINA

UMA BOA PARTE DO MEU TRABALHO SEMPRE foi construir pontes entre as pessoas. Gosto de conhecer gente nova, fazer amizades e promover relacionamentos, sempre procurando agregar, somar, criar e realizar projetos. Foi assim que surgiu esta nova edição de a China de Deng Xiaoping. A história começa com os queijos artesanais do Sítio Santo Antônio, passa pela generosidade de um ex-banqueiro que teve papel fundamental na cultura brasileira, bem como na política e na economia, e depois por uma série de acasos e coincidências até tomar sua forma final. Venho de uma família mineira, de Poços de Caldas, onde um dos meus tios inventou o requeijão. E tenho uma pequena criação de gado leiteiro no meu sítio em Petrópolis, que toda semana produz queijos que distribuo entre os amigos. Um desses amigos, o José Antonio, é filho do José Luiz de Magalhaes Lins, um personagem importante da nossa história contemporânea, a quem sempre tive vontade de conhecer pessoalmente. Comentei com o José Antonio que admirava muito a trajetória do seu pai, que para mim sempre foi uma figura exemplar, por tudo que realizou como banqueiro inovador, patrono das artes e do Cinema Novo e também pela sua facilidade de se relacionar e se fazer respeitado por pessoas influentes em todas as áreas. Achei que ele, como bom mineiro, deveria gostar de queijo, e combinei de enviar alguns da nossa produção. E foi em retribuição aos queijos que o José Luiz de Magalhães Lins, com gentileza e sensibilidade, me enviou uma fotocopiada do livro em questão, cuja edição já estava esgotada, com o comentário de que se tratava de leitura obrigatória para se entender porque a China está se tornando a primeira nação do mundo. A indicação não podia ser mais certeira. O livro narra a transformação que começou a ser implementada na década de 1970 por Deng Xiaoping em seu país, rompendo com o modelo soviético para estabelecer um ousado programa de gestão baseado no liberalismo ocidental, focado em resultados, o que gerou uma verdadeira contrarrevolução dentro da Revolução Cultural chinesa. Ele enxergou lá atrás o que não estava dando certo, especialmente no campo econômico, e enfrentou as resistências internas do Partido Comunista para colocar as coisas nos trilhos, com o objetivo de fazer da China a maior economia do planeta até 2050. Perguntei ao meu amigo Mario Pereira se ele tinha o livro, e duas semanas depois me chegou às mãos um raro exemplar que ele localizou em Manaus. A edição original tinha sido publicada em 2007 pela Nova Fronteira. Mais uma coincidência: essa mesma editora, criada nos anos 1960 por Carlos Lacerda – e que também contou com a ajuda financeira do José Luiz na época – hoje pertence a outro amigo meu, o Jorge Carneiro. Procurei-o e perguntei se ele, como detentor dos direitos para o Brasil, toparia imprimir uma nova edição do livro, patrocinada pela FSB, o que ele prontamente aceitou. Com este acerto resolvido, tratei de encomendar um novo projeto de capa e fiz ainda mais algumas pontes, convidando para as apresentações nomes que admiro e respeito: pedi ao presidente Michel Temer um prefácio para a edição brasileira e ao ex-ministro Aldo Rebelo um texto para as orelhas, além das opiniões de outros amigos e permanentes interlocutores para constarem na quarta capa. E foi desse modo, partindo da indicação de um brasileiro de tão rica trajetória humana e profissional, o para muitos lendário José Luiz de Magalhães Lins – o mesmo que ajudou tanto Glauber Rocha e Garrincha quanto Carlos Lacerda e Roberto Marinho, entre muitos outros artistas, jornalistas e empresários – , que surgiu esta nova edição de A China de Deng Xiaoping, que espero traga boas lições para todos.

                                                           Francisco Soares Brandão

Sócio-fundador da FSB Comunicação