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“…Outro episódio do gênero se deu quando fui procurado por gente do Instituto de Resseguros para ser informado de que havia uma verba de 20 mil dólares mensais para gastos políticos, que ainda estava controlada por Tancredo. Contei a Jango, e ele me disse:
– “Você quer? Pegue”.
– “Não quero, não, presidente.”
– “Então deixe com o Tancredo, mas diga que fui eu que mandei.”
Samuel Wainer confessa nas suas memórias que era o apanhador de dinheiro, muitos milhões, das empreiteiras para o presidente. Nunca soube disso. Tenho o maior escrúpulo em assuntos de dinheiro. Sei de políticos que até enriquecem assim. Mas nunca me envolvi nessas transações. O único dinheiro que vi chegar à Presidência foram os sacos de cédulas que José Luiz de Magalhães Lins mandou para entregar ao Caillard, secretário particular do presidente. Eram sobras da campanha do plebiscito.”