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“ O maestro Dines, que ainda orquestraria a sinfonia na redação por mais dois anos, atribui a alguns fatores a decisão de Brito de demiti-lo:
No período em que aconteceu, 1973, se articulava a candidatura de Geisel, presidente da Petrobras, cujo ministro da Guerra era seu irmão, Orlando, para substituir Médici na Presidência da República. Eu tinha ouvido conversas de que pessoas da direção do jornal haviam estado na casa do Miguel Lins [advogado que já havia sido consultor da República e senador, presidido várias empresas e era na época diretor do Jornal do], uma figura encantadora, adorável, tio do José Luiz Magalhães Lins [então presidente do Banco Nacional de Minas Gerais]. Reuniões com Brito, Otto Lara, Castelinho, na casa da rua Visconde de Albuquerque [no Leblon], com o objetivo de apresentar um candidato civil à sucessão do Médici. Que civil era esse? Era o Leitão de Abreu, chefe da Casa Civil de Médici…”