José Luiz de Magalhães Lins

Trechos de Livros

Jornalistas

Vitor Sznejder

Página 29

Entrevista de Evandro Carlos de Andrade (em 02/03/2000)

“… P – Gostaria de saber exatamente a história de sua indicação para o cargo de diretor do Globo pelo José Luís Magalhães Lins.

R – Eu era assessor de imprensa do Jânio Quadros quando ele renunciou. Fiquei em Brasília pelo Estadão, a convite do Fernando Pedreira. Era repórter político e em 66 ele veio para o Rio para ser diretor e me indicou para ser diretor lá. Fiquei como diretor do Estadão em Brasília de 66 a novembro de 71. O José Luís era concunhado do Pedreira, porque a Vivi Nabuco tinha se separado do marido Antônio Carlos de Almeida Braga – e estava casada com Fernando Pedreira. Então Pedreira era naquele momento concunhado do José Luís. Eles conviviam, naturalmente, e o Fernando Pedreira fazia referências elogiosas a meu respeito.

Moacir Padilha era o diretor de redação do Globo, mas não se sabia com câncer terminal. Eu devia  ir no começo de 72 para SP ser chefe de redação do Estadão. Tudo já estava acertado com o  Pedreira. Aí o Castelo entrou um dia na minha casa para dizer: “Olha, o Roberto Marinho está te convidando para ser diretor do Globo”. Virei para o Castelo e disse: “Por que não você?” E o Castelo: “Porque ele não me convidou.” O Zé Luís tinha me indicado. E o Castelo reforçou: “Você prefere ser segundo em São Paulo ou primeiro no Rio?”. A  resposta era e foi óbvia.”