José Luiz de Magalhães Lins

Curiosidades

Livro “A China De Deng Xiaoping”, de Michael E. Marti

Tradução de Antonio Sepulveda

José Luiz de Magalhães Lins é citado por Francisco Soares Brandão, sócio-fundador da FSB Comunicação, editora do livro no Brasil, na apresentação do mesmo.

 

 O NEGÓCIO DA CHINA

UMA BOA PARTE DO MEU TRABALHO SEMPRE foi construir pontes entre as pessoas. Gosto de conhecer gente nova, fazer amizades e promover relacionamentos, sempre procurando agregar, somar, criar e realizar projetos. Foi assim que surgiu esta nova edição de a China de Deng Xiaoping. A história começa com os queijos artesanais do Sítio Santo Antônio, passa pela generosidade de um ex-banqueiro que teve papel fundamental na cultura brasileira, bem como na política e na economia, e depois por uma série de acasos e coincidências até tomar sua forma final. Venho de uma família mineira, de Poços de Caldas, onde um dos meus tios inventou o requeijão. E tenho uma pequena criação de gado leiteiro no meu sítio em Petrópolis, que toda semana produz queijos que distribuo entre os amigos. Um desses amigos, o José Antonio, é filho do José Luiz de Magalhaes Lins, um personagem importante da nossa história contemporânea, a quem sempre tive vontade de conhecer pessoalmente. Comentei com o José Antonio que admirava muito a trajetória do seu pai, que para mim sempre foi uma figura exemplar, por tudo que realizou como banqueiro inovador, patrono das artes e do Cinema Novo e também pela sua facilidade de se relacionar e se fazer respeitado por pessoas influentes em todas as áreas. Achei que ele, como bom mineiro, deveria gostar de queijo, e combinei de enviar alguns da nossa produção. E foi em retribuição aos queijos que o José Luiz de Magalhães Lins, com gentileza e sensibilidade, me enviou uma fotocopiada do livro em questão, cuja edição já estava esgotada, com o comentário de que se tratava de leitura obrigatória para se entender porque a China está se tornando a primeira nação do mundo. A indicação não podia ser mais certeira. O livro narra a transformação que começou a ser implementada na década de 1970 por Deng Xiaoping em seu país, rompendo com o modelo soviético para estabelecer um ousado programa de gestão baseado no liberalismo ocidental, focado em resultados, o que gerou uma verdadeira contrarrevolução dentro da Revolução Cultural chinesa. Ele enxergou lá atrás o que não estava dando certo, especialmente no campo econômico, e enfrentou as resistências internas do Partido Comunista para colocar as coisas nos trilhos, com o objetivo de fazer da China a maior economia do planeta até 2050. Perguntei ao meu amigo Mario Pereira se ele tinha o livro, e duas semanas depois me chegou às mãos um raro exemplar que ele localizou em Manaus. A edição original tinha sido publicada em 2007 pela Nova Fronteira. Mais uma coincidência: essa mesma editora, criada nos anos 1960 por Carlos Lacerda – e que também contou com a ajuda financeira do José Luiz na época – hoje pertence a outro amigo meu, o Jorge Carneiro. Procurei-o e perguntei se ele, como detentor dos direitos para o Brasil, toparia imprimir uma nova edição do livro, patrocinada pela FSB, o que ele prontamente aceitou. Com este acerto resolvido, tratei de encomendar um novo projeto de capa e fiz ainda mais algumas pontes, convidando para as apresentações nomes que admiro e respeito: pedi ao presidente Michel Temer um prefácio para a edição brasileira e ao ex-ministro Aldo Rebelo um texto para as orelhas, além das opiniões de outros amigos e permanentes interlocutores para constarem na quarta capa. E foi desse modo, partindo da indicação de um brasileiro de tão rica trajetória humana e profissional, o para muitos lendário José Luiz de Magalhães Lins – o mesmo que ajudou tanto Glauber Rocha e Garrincha quanto Carlos Lacerda e Roberto Marinho, entre muitos outros artistas, jornalistas e empresários – , que surgiu esta nova edição de A China de Deng Xiaoping, que espero traga boas lições para todos.

                                                           Francisco Soares Brandão

Sócio-fundador da FSB Comunicação