Página 258
(Hélio Fernandes / 1977)
“…– Mas você pode comprar a Tribuna sem dinheiro.
– Já estou começando a me interessar.
No dia seguinte, o José Luiz Magalhães Lins, que na época era amigo de todo mundo, telefonou me chamando lá no Banco Nacional para almoçar e conversar. Em uma semana eu tinha feito o negócio, assumi o ativo e o passivo. O passivo era uma relação de dívidas, o ativo era o jornal e aqueles prédios velhos que hoje se valorizaram muito…”
Página 453
(Histórias de José Aparecido / 1982)
“Hospital dos Servidores do Estado, Rio, apartamento 1122. Deputado baiano, ali tinha estado, vinte anos antes nesse mesmo apartamento, em agosto de 1963, para visitar meu colega jornalista e amigo José Aparecido, internado com uma grave e aguda crise de úlcera, nascida nas tempestades da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o IBAD, que ele presidia e que, pouco depois, o cassou, no primeiro listão do golpe de abril de 1964. Lembro-me bem de que, ao lado, no apartamento 1120, também estava internado o bravo senador Artur Virgílio, líder do PTB. Como me lembro de que, naquela tarde, ali conheci, por acaso, duas das mais influentes personalidades do Governo Sombra da República de então: Nascimento Brito, alto, jovem, elegante, diretor do Jornal do Brasil, e José Luís de Magalhães Lins, magro, pálido, presidente de fato do Banco Nacional e manipulador do plebiscito que devolveu a João Goulart os poderes presidenciais que o parlamentarismo lhe havia tirado…”