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“João Goulart retomou, assim, os poderes que o Congresso lhe usurpara durante a crise de agosto-setembro de 1961. Encarregou o professor Hermes de Lima de organizar, como primeiro-ministro, o gabinete provisório, em uma “atmosfera mais presidencialista que parlamentarista”, e lançou-se à campanha do plebiscito, a fim de que o povo lhe referendasse a vitória, alcançada, ao seu estilo, sem derramamento de sangue. Parcela do empresariado, à frente o banqueiro José Luiz de Magalhães Lins, sobrinho do governador José Magalhães Pinto e presidente do então Banco Nacional de Minas Gerais, (*3) resolveu apoiá-lo, (*4) com o objetivo de unificar o comando do país, centralizando o poder político e revigorando a autoridade do governo, diluída entre Goulart (de fato) e o primeiro-ministro (pelo direito que o Congresso lhe outorgara).”
(*3) Posteriormente, passou a chamar-se apenas Banco Nacional.
(*4) “Organizou-se uma grande e custosa campanha, dirigida por um jovem banqueiro mineiro, José Luiz de Magalhães Lins. Os governadores de Minas Gerais e de outros estados importantes […] tudo faziam pelo plebiscito”. Melo Franco, 1968, p.236. “Intensificou-se então […] a campanha para a qual as classes conservadoras contribuíram com largos estipêndios.” Idem, ibidem, p.240