José Luiz de Magalhães Lins

Trechos de Livros

O Livro do Boni

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho

Página 175

“…Eu acreditava que a situação melhoraria logo, mas estava com grana curta, devido aos salários atrasados da Tupi, parte dos quais recebi em notas promissórias de clientes e não conseguia descontar em nenhum banco. O Armando Nogueira resolveu o problema me levando ao José Luiz de Magalhães Lins, então presidente do Banco Nacional de Minas Gerais, que ficou com as promissórias e creditou o dinheiro na minha conta. O José Luiz sempre foi mais que um banqueiro: intelectual, culto, amante das artes, conhecedor de política e de negócios, gostava de conversar sobre os rumos do país e do mundo, além de ser extremamente prestativo”.

Página 184

“…. A Globo havia parado de receber dinheiro do Time-Life e as dívidas foram se acumulando, colocando a emissora e todo o nosso projeto em risco. Como o Joe Wallach revelou também em seu livro, o dr. Roberto Marinho, em 1967, conseguiu emprestado com o José Luiz de Magalhães Lins, do Banco Nacional, a importância de 400 milhões de cruzeiros e obteve um outro empréstimo do Walther Moreira Salles, do Unibanco, de valor menor. O dinheiro daria para uma meia sola na Globo, nada mais”.

Página 448

“…Houve também mais um lance complicado, logo depois da saída do Joe Wallach. Na carta de despedida do Joe, em que ele incluía sugestões para serem aplicadas, havia uma em que ele recomendava que seu cargo não tivesse um substituto. Mas o dr. Roberto Marinho, ouvindo seu amigo José Luiz de Magalhães Lins, contratou o jovem economista Miguel Pires Gonçalves para ocupar a superintendência administrativa. O advogado…”

Página 449

“… Miguel Lins, a pedido do José Luiz, me convidou para um vinho na casa dele e me contou que o dr. Roberto havia pedido ao José Luiz alguém com um perfil autoritário, capaz de me controlar administrativamente com “uma torquês na minha orelha” – expressão usada pelo dr. Roberto, segundo o relato do José Luiz ao Miguel Lins. Mas o Miguel me disse que o objetivo da conversa era atender um pedido do José Luiz, para que eu recebesse com boa vontade o Miguel Pires Gonçalves, pois ele chegaria mansinho, pronto para colaborar comigo”.