Observatório da Imprensa Online
20 de Julho de 2010, Ed. 599
“… Há exatos 38 anos, O Globo publicava um editorial na primeira página assinado por Roberto Marinho intitulado “O Dia que Faltava”, rompendo o acordo de décadas que deixava o domingo para os matutinos e as segundas-feiras para os vespertinos. Era a declaração formal de guerra depois de tensas e demoradas negociações entre as duas empresas mediadas pelo deputado Chagas Freitas e o banqueiro José Luís Magalhães Lins.
O domingo – lindo por sinal – 2 de Julho de 1972 marcou o início da periodicidade diária na imprensa brasileira com circulação nos sete dias da semana. Sem truques para enganar o leitor, com fechamentos à noite, horário normal. Dia seguinte, 3/7, o JB invadia a segunda-feira. O Rio já não era a Capital Federal mas a sua imprensa estabelecia os padrões para o resto do país.
Quem ganhou? Sua Excelência, o jornalismo. Sem competição, jornalismo é fingimento. Não houve contratação de celebridades nem estrelas. A disputa foi travada pelos repórteres, fotógrafos, correspondentes nacionais e internacionais.
Uma das mais belas disputas na grande imprensa brasileira, centrada na qualidade, na garra profissional, na concorrência intrínseca, sem baixaria – o editor de O Globo era Evandro Carlos de Andrade, egresso do JB .”