Página 92
“… Em Minas, o Sr. Magalhães Pinto acompanha os acontecimentos, entrosado com o General Carlos Luís Guedes e com o General Olímpio Mourão, que volta às pressas de Ouro Prêto, onde assistia às solenidades da Semana Santa e reassume o comando em Juiz de Fora. Convoca o Vice-Governador Clóvis Salgado e despacha para o Rio, a fim de estabelecer os contatos militares previstos, os Secretários Oswaldo Pieruccetti e Monteiro de Castro. A eles se reúne, na Guanabara, o Sr. José Luiz de Magalhães Lins, sobrinho do Governador e diretor do Banco Nacional de Minas Gerais. Cabe-lhes a missão de procurar o General Castelo Branco, os Marechais Dutra e Denys e outros chefes militares do esquema.
O três vão inicialmente à casa do ex-Presidente Dutra, na Rua Redentor…”
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“… Monteiro de Castro, José Luiz e Pieruccetti partiram então para a casa do General Odilo Denys, em cuja companhia se encontrava no momento o juiz Antonio Neder, de Petrópolis, elemento de ligação dos mais atuantes junto ao esquema militar. A importância do apoio do comandante do II Exército é mais uma vez destacada e nesse sentido trabalham entre outros o seu irmão General Riograndino Kruel. Combina-se então que os emissários do Governador de Minas devam ir imediatamente a S. Paulo, a fim de decifrarem a esfinge Kruel.”
Página 98
” … Em Belo Horizonte, o Coronel José Geraldo mobiliza igualmente a Polícia Militar e assume as posições previstas no Plano Mourão.
Osvaldo Pieruccetti volta ao Rio, junta-se ao Sr. José Luiz de Magalhães Lins e os dois repetem os contatos na faixa militar: Castelo Branco, Cordeiro de Farias e outros. José Luiz anima também os diretores de jornais engajados no movimento…”
Página 106
“… No Rio, manhã cedo, o Sr. José Luiz de Magalhães Lins, representante do Governador Magalhães Pinto nas articulações, recebe um telefonema do General Humberto Castelo Branco. Foi informado do deslocamento das tropas do General Mourão, em Juiz de Fora, o que lhe parece precipitado, pois faltavam certas providências a combinar com os outros bolsões revolucionários. Pede a José Luiz que se comunique com o Governador, para verificar se ainda é possível retardar a demarragem, dando tempo a que se tomem iniciativas complementares em outras áreas. Qualquer precipitação punha em risco o plano geral. José Luiz cumpre a missão, mas ouve de Magalhães Pinto que já não havia como sustar a deflagração: o jeito era aceitar as possíveis desvantagens, assumir os riscos e ir em frente. Isso mesmo é dito a Castelo Branco, que se conforma à vista do fato consumado. Aproveita para propor alguns elementos ao esperado manifesto do Governador de Minas”
Página 117
” … No Rio, em nova comunicação com o Sr. José Luiz de Magalhães Lins, o General Castelo Branco informa que não existe mais nenhum problema em relação a Kruel. Ele vai fazer um pronunciamento à Nação por volta da meia-noite, no qual romperia com o Govêrno Federal, e logo estaria marchando sobre a Guanabara. Também o Senador Antônio Balbino, que foi especialmente a São Paulo sondar a posição do General, a quem ficou muito ligado, telefona a José Luiz para dar informação idêntica. Essas comunicações são imediatamente transmitidas ao Palácio da Liberdade.”
Página 300
” … Afinal, às seis horas da tarde de domingo, o chefe do Estado-Maior convocou à sua casa os Srs. Oswaldo Pieruccetti e José Luiz de Magalhães Lins, solicitando-lhes que transmitissem ao Governador a decisão favorável do General Kruel, trazido por intermédio do Sr. Riograndino Kruel. Minas podia preparar-se.”