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“… Por volta das 17 horas, Marinho telefonou para José Luiz de Magalhães Lins, presidente do Banco Nacional e seu segundo maior acionista, dizendo ter urgência para falar com ele.
José Luiz era íntimo de Roberto Marinho e muito amigo de Walther. Não poucas vezes ambos os bancos fizeram “troca de chumbo” – como se dizia na época para a operação de troca de financiamentos. Várias vezes aceitou convites de Walther para almoçar no Hotel Ouro Verde, na Avenida Atlântica, frequentado por Ernesto Geisel e Walther Clark. A situação de Roberto Marinho era de puro desespero. Se não fizesse o pagamento no dia seguinte, perderia não apenas a televisão como a própria casa no bairro carioca do Cosme Velho.
O empréstimo saiu imediatamente com base em uma nota promissória apenas, sem nenhuma garantia adicional. Na manhã seguinte, José Luiz conseguiu os recursos do redesconto. Às 15 horas, horário fatal, a dívida com a Time-Life foi saldada.
José Luiz guardou para si a informação. Não a contou nem mesmo para sua família. Em décadas de convivência com o amigo, foi o único episódio que testemunhou em que Walther escorregou. Não sabia das mágoas do amigo com a traição inicial de Roberto Marinho, no episódio do Parque Lage.”
BIBLIOGRAFIA
“Lins, J. L. M., 2007 “José Luiz de Magalhães Lins, ex-presidente do Banco Nacional, organizador da campanha do presidencialismo, um dos homens mais inluentes do seu tempo. Entrevista realizada em 09/03/2007.”